terça-feira, 14 de abril de 2015

 04.03.2014
Das Stück wird geschaffen

Alice Marques, traduzido por „Digitale Klicke”
 Der Theaterregisseur Carlos Gouveia Melo kommt am 19. Februar um 2 Uhr in der Aula unserer Schule an. Er hat eine Mission, zwei Texte in Theaterstücke zu verwandeln, die die Deutschschüler mit Hilfe ihrer Lehrer Carmen Santarém, Eunice Oliveira und Francisco Matos geschrieben haben. Und wie er sagt: „Ein Text auf einem Blatt Papier ist keinTheater, jedoch was sich auf der Bühne abspielt.”
Die Schüler kommen nach und nach an, und kauen noch an ihrem Mittagessen. In der leeren Schulaula setzen sie sich hin, nehmen ihre Texte, und unter den Anweisungen ihrer Lehrer, gehen sie nochmals ihre Rollen durch. Der Regisseur spricht zu jedem Einzelnen. Er möchte wissen, welche Rolle jeder hat in „Lukas, der Held” und „Brüder Grimm: Alle sind Helden”. Er ist nicht sonderlich am Text interessiert, ob der Text in einem guten oder schlechten Deutsch geschrieben ist (er selbst spricht die Sprache nicht). Für ihn ist der Text ein Ausgangspunkt, erst auf der Bühne wird das „ästhetische Objekt” konstruiert.
Die Gruppen organisieren sich, zehn Schüler in jedem Stück. Die Proben beginnen auf der Bühne mit der Lektüre der „Brüder Grimm: Alle sind Helden”. Der Regisseur gibt Anweisungen und sagt: „Sorgt euch nicht um die Bewegungen auf der Bühne, ich möchte nur die Geschichte verstehen, danach kümmern wir uns um das Stück.”
Bevor das Theaterstück auf der Bühne gespielt wird, erklärt der Regisseur die Bedeutung der „italienischen Bühne”, wie sie zustande kam, was aufgeführt wurde, für wen aufgeführt wurde, die Perspektive, wie man auf der Bühne in Bezug auf das Publikum stehen soll. Und mit dem Text in der Hand und den kleinen und groen Schauspielern werden die einzelnen Szenen aufgebaut.
Er schlägt vor einige Rollen leicht zu verändern, und erklärt, wie man auf offener Bühne einen Dekorationswechseln macht. Gemacht wird, was am Anfang gesagt worden ist: „Es handelt sich beim Theater nicht um einen Text auf der Bühne, sondern um die Konstruktion eines Textes mit Schauspielern, Worten, Kulissen, Bühnenobjekten, Interaktion zwischen den Schauspielern und zwischen Schauspielern und Publikum.”
Und alles läuft in einer sowohl professionellen, wie auch pädagogischen Atmosphäre ab, in der die Laien respektiert werden. Carlos Melo erklärt: „Als ich ein Kind war und in die Buchhandlungen ging, war das Theater ein Buchregal voll mit von Dramaturgen geschriebenen Texten, normalerweise im Keller. Natürlich ist Theater etwas anderes, der Text ist nur ein Entwurf.” Er schliet mit den folgenden Worten ab: „Einige Stücke werden erst auf der Bühne und mit verschiedenen Regisseuren geschrieben, die den selben Text behandeln und dabei entstehen verschiedene Stücke.”
Bis um halb fünf geht es weiter, die Jugendlichen werden in einem Monat ihre Stücke aufführen, und kurz danach, vielleicht auch auf der Bühne in Almada, wo das Internationale Festival AeC stattfindet. Bevor sie ihre Schultaschen nehmen und sich verabschieden, sagen sie noch, dass es toll war, und dass der Regisseur sehr cool ist und viel Ahnung hat.
Kurze biographische Anmerkung


Carlos Gouveia Melo hat seinen Doktortitel in Theaterwissenschaften erworben. Von Beruf Schauspieler, gehört er zur Zeit keiner Theatergruppe an. Seine Tage verbringt er mit Theateraufführungen und Theaterunterricht. Er arbeitet mit Schülern der gymnasialen Oberstufe und ist auch Dozent an einer Seniorenuniversität in Lissabon. Er arbeitet auch als Dramaturg und Pädagoge für das Goethe-Institut. In dieser letzten Rolle hat er unseren Schülern geholfen, die beiden Theaterstücke auf die Bühne zu bringen. Alle hoffen, dass die Schüler es bis ins Internationale Festival in Almada schaffen. Er begleitet seit 2008 „Alemão em Cena”, und arbeitet beim einem internationalem Programm mit, dessen Ziel es ist, das Lernen einer Fremdsprache durch Theater zu fördern. Als Theaterpädagoge sieht er das Theater in den Schulen als ein Mittel bei Schülern die Zusammenarbeit, die Verantwortung, den Teamgeist, das Selbstbewußtsein und das Pflichtbewusstsein zu fördern.
A peça constrói-se no palco!
Alice Marques
Às 2 da tarde do dia 19 de fevereiro, o encenador Carlos Gouveia Melo chega ao grande auditório da Calazans Duarte. Tem uma missão: transformar em teatro dois textos que os alunos que aprendem alemão escreveram, com a ajuda das professoras Carmen Santarém, Eunice Oliveira e o professor Francisco Matos. Porque, como começou por dizer ao P&V, “teatro não é o texto no papel, mas sim o que se passa no palco”.
Os alunos vão chegando, ainda a mastigar o almoço, sentam-se no auditório vazio, pegam nos textos e, sob orientação dos professores, relembram as suas personagens. O encenador vai falando com cada um. Quer saber quem é quem nas duas peças, Lukas, der Held e Brüder Grimm: Alle sind Helden. Não está preocupado com o texto, se ele está escrito em bom ou mau alemão (língua que nem sequer fala), porque a sua missão é agarrar nesta proposta e construir no palco “um objeto estético”.
Os grupos organizam-se, dez pequenos atores para cada peça, e o ensaio começa, já no palco, com a leitura das falas de Brüder Grimm: Alle sind Helden e a recomendação do encenador: “não se preocupem com a movimentação no palco, eu quero só entender a história; depois tratamos da peça”.
Antes de começar a construir a peça no palco, o encenador explica o que é um palco italiano, como surgiu, que espectáculos nele eram apresentados e a quem se destinavam, exemplifica ângulos de visão, como manterem-se voltados para o público para serem vistos e ouvidos, e, a partir dum texto e com os pequenos atores e actrizes, vai construindo as cenas. Sugere pequenas alterações na proposta de construção de algumas personagens, indica truques para mudar cenários e vestuário em palco… enfim, concretiza aquilo que começou por declarar ao P&V: “o teatro não é um texto que vai para o palco, é um texto que se constrói no palco, com atores, palavras, cenários, objetos de cena, interação dos atores e dos atores com o público! 
E tudo isto decorre com um total respeito do encenador pelo amadorismo dos jovens atores e numa atitude que tem tanto de profissional de teatro como de pedagogo. “Quando eu era criança e ia às livrarias, o teatro era uma estante de livros, geralmente na cave, com os textos escritos pelos dramaturgos. Mas claro que o teatro é outra coisa, o texto é só uma proposta”, explica Carlos Melo. Por isso é que “até há quem só escreva a peça no palco e encenadores diferentes, trabalhando sobre o mesmo texto, fazem peças diferentes”, concluiu o encenador.
Até às quatro e meia, os vinte jovens que daqui a pouco mais de um mês deverão estar prontos para mostrar as duas peças neste auditório, antes de se aventurarem, umas semanas depois, num palco em Almada, onde decorre o festival de teatro do PEPA, aprenderam muitas coisas sobre teatro. “Foi porreiro”, disseram, na hora de pegar as mochilas e zarpar. “Ele é muito fixe e sabe muito disto”.
Nota biográfica sobre o encenador
Carlos Gouveia Melo é doutorado em Estudos Teatrais. Ator profissional, de momento não integra nenhuma companhia, mas divide o seu tempo entre encenar e ensinar teatro. Trabalha com estudantes de escolas secundárias e é professor na Universidade Internacional da Terceira Idade, em Lisboa. É também dramaturgo e pedagogo do Goethe Institut e foi nesta condição que se deslocou à Escola Calazans Duarte, para “armar as peças” com que os alunos concorrem ao Festival de Teatro de Almada, integrado no PEPA. Acompanha grupos desde 2008, do Alemão em Cena, trabalha no programa internacional que estimula o uso dos estudos teatrais na aprendizagem de línguas não maternas. Como pedagogo do teatro, valoriza a entrada do teatro nas escolas, porque “fazer teatro incute nos adolescentes sentido de cooperação, responsabilidade, espírito de equipa, consciência de si e da sua imagem e sentido de missão a cumprir”.

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